É o que se diz sobre a inclusão dos doces na alimentação das crianças. Eu concordo. O que interessa é o bom senso e evitar exageros.

As crianças são as maiores fãs dos doces e estão mais expostas a alimentos com açúcar ‘escondido’, como a fast food, o ketchup e os refrigerantes. Para terem uma ideia, pelo que pude apurar, uma lata de refrigerante pode ter 10 colheres de chá de açúcar. Isto, mais coisa menos coisa, é já a dose diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde para adultos (12 colheres de chá), e quase o dobro do indicado para crianças (seis colheres).

E o pior é que, segundo os estudos a que tive acesso (EPACI Portugal 2012 e Geração 21), em Portugal, os mais pequenos começam a consumir doces bem cedo, a partir dos 12 meses. Aos 4 anos, mais de metade já bebe refrigerantes açucarados diariamente e 65% come doces todos os dias.

As crianças portuguesas consomem cinco vezes mais açúcar do que deviam

Fonte: Organização Mundial da Saúde

Sabemos que o abuso de açúcar expõe as crianças a perigos que podem prolongar-se pela vida toda: têm maiores probabilidades de se tornarem obesas (espreitem o post  ‘A gordura (afinal) não é formosura’) e, por norma, acabam por ter de passar muitas horas na cadeira do dentista.

No entanto, não se deixe alarmar por estes dados. Há problemas, mas também há soluções. Os nutricionistas do Continente ajudaram-me a definir algumas estratégias simples, que juntamente com as dicas que partilhei no post anterior, vão ajudá-lo (e muito) a impedir que o açúcar domine a dieta das suas crianças.

  • Tente controlar, desde cedo, o açúcar nas refeições que lhes prepara e ensine-os a valorizar o sabor natural dos alimentos;
  • Explique-lhes porque o açúcar a mais pode ser nocivo para a saúde;
  • Aposte em lanches escolares saudáveis, baseados em fruta, cereais integrais, frutos secos e laticínios com baixo teor de gordura;
  • Habitue-os a associar os doces a momentos especiais (festas ou a uma sobremesa, uma vez por semana, por exemplo);
  • Limite a tentação e a exposição aos doces, o ideal é mesmo não os ter à vista lá em casa (eu não tenho);
  • Evite os refrigerantes e incentive-os a beber mais água (os meus filhos não bebem);
  • Ensine-os a verificar a quantidade de açúcar nos produtos. Pode até fazer um jogo onde, por exemplo, os desafia a interpretar os rótulos.

Eu sei que é mais fácil escrever do que fazer, mas, ao contrário do título deste texto, quanto mais cedo se começar a tentar, melhor.

Tem dúvidas sobre a ? Pergunte à Nutricionista Online.

Pequeno almoço Infantil

O pequeno-almoço dos mais pequenos deve ser variado e incluir um elemento de cada uma das seguintes categorias:

  • Fruta
  • Cereais
  • Frutos Secos
  • Leite ou derivados

Autor

À Roda da Alimentação