O excesso de peso está na origem dos principais problemas de saúde das crianças. É importante estar alerta e seguir os conselhos dos especialistas.
Os sinais até são positivos. Segundo dados recentes, a prevalência da obesidade infantil em Portugal está a diminuir. No entanto, ainda há muito para fazer para erradicar o problema que, neste momento, afeta mais as meninas do que os meninos (fonte: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge).
Obesidade infantil: o que é?
O excesso de peso entre as crianças é um grave fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes tipo 2, doença coronariana, apneia do sono e alguns tipos de cancro, entre outras patologias. Além disso, as crianças obesas são, por vezes, vítimas de bullying e são mais permeáveis a problemas do foro psicológico em adultas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, são consideradas com excesso de peso, as crianças cujo IMC está entre os percentis 85 e 97, e acimo destes valores com obesidade.
O sedentarismo e a alimentação inadequada são fatores de risco para o desenvolvimento de obesidade, contudo ambos são possíveis de controlar.
Causas da obesidade infantil
A obesidade é considerada uma doença crónica com origem em múltiplos fatores. Os estilos de vida, como por exemplo, a alimentação desequilibrada e a inatividade física, são fatores que podem influenciar a prevalência desta doença, tanto em crianças como em adultos.
Saiba mais sobre a obesidade infantil.
Como prevenir a obesidade infantil?
A prevenção da obesidade infantil é, em grande parte, responsabilidade dos pais e começa na gravidez.
Durante a gestação, é essencial zelar por uma alimentação saudável e manter a boa forma física. O stresse, tabagismo e excessivo aumento de peso neste período podem potenciar a obesidade infantil.
Depois do parto, quando possível, recomenda-se o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e a sua manutenção até aos 2 anos de idade.
Como é importante criar bons hábitos desde cedo, alimentação complementar, que deve iniciar-se entre os 4 e os 6 meses de idade, devendo assentar em opções saudáveis, ajustadas a fatores culturais e sociais.
Pode iniciar-se com sopa ou papas de cereais, seguidas de fruta e aquando da introdução da carne ou peixe, garantir que é feita em quantidade moderada. O sal e o açúcar não devem ser introduzidos durante o primeiro ano de vida, incluindo os alimentos que os contenham adicionados, como por exemplo, bebidas açucaradas, bolos e bolachas.
A partir daí, é importante garantir que as crianças mantêm uma alimentação variada, ajustada às recomendações da Roda dos Alimentos e evitando os alimentos que dela não fazem parte, nomeadamente, ricos em gorduras e açúcares adicionados.
Além da adoção rigorosa de uma alimentação saudável, é essencial que as crianças pratiquem atividade física regular. Estimule os seus filhos a descobrir um exercício de que gostem – natação, ginástica, judo, ballet, futebol, etc. -, e incentive-os também a participar mais nas tarefas domésticas.
Conheça os benefícios do exercício físico.
Dicas para prevenir a obesidade infantil
- Não use a comida como prémio ou castigo.
- Não deixe a criança passar mais de 3 horas sem comer e estimule a ingestão de água, ao invés de bebidas açucaradas.
- Estabeleça horários regulares para as refeições, para que a criança crie hábitos e rotinas.
- Inicie cada refeição com um prato de sopa de legumes.
- Lembre-se que as crianças têm estômagos pequenos e precisam de menos quantidade que os adultos.
- Sirva a comida em pratos pequenos, para controlar as quantidades, e inclua cinco doses diárias de fruta e legumes.
- O melhor é oferecer porções pequenas e não forçar a ingestão.
- A refeição deve ser feita com calma, mas não deverá demorar mais de 30 min.
- Apresente os novos alimentos várias vezes e em diferentes ocasiões.
- Apresente no prato cores, sabores e texturas diferentes.
- Envolva as crianças na preparação dos alimentos.
- Seja exigente com os lanches escolares e não abra exceções.
- Alimentos açucarados (sumos, produtos com chocolate, etc.), devem ser guardados para dias especiais!
Se tem dúvidas sobre este tema, pergunte à Nutricionista Online.
Autor
À Roda da Alimentação