Como nem sempre sei como vai ser o meu dia, às vezes nem a hora a que vai acabar, gosto de garantir que começa bem. Ou seja, com fruta, a base dos super pequenos-almoços que preparo em casa e levo para as gravações.
Nos estúdios onde trabalho até já fazem coleção das tijelas da minha mistura matinal, que inclui cereais, fruta e iogurte. Pessoalmente, não sou muito de comer fruta às refeições, mas compenso ao longo do dia, trincando uma peça sempre que posso.
À noite, sigo o conselho do meu saudoso avô António e devoro uma maçã, das bem rijas, antes de adormecer. Lá diz o ditado ‘an apple a day keeps the doctor away’ (‘Uma maçã por dia mantém o médico longe’). Verdade ou não, este é um dos hábitos herdados que já não dispenso.
Acredito que uma dieta que aposta na fruta e nos legumes tem tudo para dar certo. Além de me fazer sentir bem, segundo tudo o que já li, pode ajudar a prevenir alguns dos problemas de saúde que mais nos atacam (doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes…).
Felizmente, hoje em dia, numa simples ida ao supermercado conseguimos encontrar os mais diversos tipos de fruta em qualquer altura do ano. Que o diga o meu marido que, por questões logísticas, é quem vai mais às compras cá para casa.
Mas muitas vezes, de um dia para o outro, são colocados expositores nestas secções que chamam a nossa atenção para certos produtos. Isto deve-se aos efeitos da sazonalidade da produção nacional, o tema que hoje decidi trazer-lhe.
As diferentes espécies de frutos e hortícolas têm diferentes ciclos naturais, isto significa que aproveitam melhor os nutrientes que recebem da terra em alturas específicas do ano e, por isso, têm uma estação natural para estarem mais frescos e nutritivos.
Além da fruta que preferimos cá em casa, quando vamos às compras, temos o cuidado de pôr sempre no carrinho uns quilinhos de alimentos da época por muitos motivos, mas dou-vos apenas três.
Primeiro, a qualidade. Por exemplo, a fruta da época é saborosa, cheira muito bem e é riquíssima do ponto de vista nutricional.
Os produtos da estação estão no auge dos benefícios que nos podem trazer, ou seja, têm ativos todos os componentes que nos fazem bem (vitaminas, minerais e outros compostos biologicamente ativos, como os fitoquímicos que dão a cor aos legumes e fruta).
Mas há que lembrar que a fruta e os legumes são produtos de consumo rápido, não devem ter demasiado tempo de armazenamento em casa, seja no frio ou na fruteira. Quem nunca encontrou uma alface murcha esquecida na última gaveta do frigorífico? Ou meia dúzia de laranjas podres na despensa? É importante combater o desperdício alimentar.
No caso dos legumes, a solução pode ser a congelação, que preserva a maioria das vitaminas. Eu, por exemplo, mantenho sempre uma reserva de espinafres no congelador para garantir que não falta sopa em casa quando não há tempo para ir às compras. O mesmo acontece com a abóbora, que congelamos cortada aos bocadinhos.
A segunda razão que lhe dou para conhecer bem a época própria dos alimentos é a poupança.
Um dos grandes truques para conseguir reduzir a fatura, sobretudo importante para quem tem famílias muito grandes, é comprar os alimentos que estão em maior quantidade e, por isso, com melhor relação qualidade-preço. Os legumes e frutos da estação são por norma mais baratos do que os outros.
Além disso, como temos um clima ameno e solo fértil para diferentes culturas, nunca falta por onde escolher entre os ‘verdes’ e a fruta. Aliás, o sucesso é tal que já exportamos muita desta produção para vários pontos do mundo. É o caso da pera rocha do Oeste e das laranjas do Algarve, entre muitos outros nobres exemplos.
Por fim, o último argumento que lhe deixo é que, ao comprar os produtos da época, estamos a apoiar a produção local e nacional.
E, com isso, estamos a estimular a criação de emprego e, a limite, a própria saúde da economia, ao mesmo tempo que nos deliciamos com um pêssego.
Para fazer tudo isto pela saúde, pela carteira ou pela economia basta escolher comprar melancias entre junho e setembro ou aproveitar mais as nêsperas em abril e maio. É tão fácil como parece.
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Se quer saber mais , não perca o meu programa sobre os benefícios da fruta.
Autor
À Roda da Alimentação