Não diga já que não. Parece estranho, mas os insetos comestíveis fazem bem e podem salvar o mundo. Nós explicamos.
A escassez de alimentos associada à superpopulação obriga-nos a encontrar alternativas. Os insetos estão no primeiro lugar desta lista. E não é por acaso.
Muita gente recusa insetos a priori, ainda que não exista uma explicação óbvia para isso. Por natureza, tendemos a rejeitar o desconhecido. A falta de informação tem sido, efetivamente, um dos maiores entraves à proliferação dos insetos comestíveis no mercado. Mas as coisas estão a mudar.
Há muito tempo que os insetos fazem parte da gastronomia de vários países, nomeadamente em África e na Ásia. Em 2018, a agência da ONU para a alimentação e agricultura (FAO) estimava que cerca de 28% da população mundial consumia insetos regularmente.
Os insetos são essenciais na preservação dos ecossistemas, onde desempenham funções insubstituíveis, servem de fonte de novos materiais, de base para medicamentos, e são alimento para a maioria dos vertebrados.
Insetos na alimentação humana
A necessidade faz com que sejam também hoje uma importante fonte de alimento para os seres humanos. E bem diversificada, já que existem cerca de 1 900 espécies de insetos comestíveis. Tranquilize-se, não tem de os ingerir cozinhados tal como os conhece. A maioria dos insetos ao dispor para alimentação é convertida em farinhas, que depois são base de vários produtos.
Consumidos por cerca de um terço da população mundial, constituem uma fonte proteica sustentável, são ricos em fibra, ácidos gordos essenciais e minerais, como cobre, ferro, magnésio, manganésio, fósforo, selénio e zinco e vitaminas do complexo B como riboflavina, biotina e ácido pantoténico.
De resto, esta tendência também aporta vantagens para o planeta, por contribuir para uma alimentação mais sustentável. Quando comparada com outras fontes proteicas animais, a produção de insetos tem um impacto ambiental inferior, devido à menor pegada hídrica, menor emissão de gases com efeito de estufa, menor consumo de ração e menor exigência de solo fértil.
Onde comprar insetos comestíveis?
Quer experimentar? O Continente tornou-se na primeira marca de retalho nacional a comercializar produtos alimentares à base de insetos, após a Direcção-Geral da Alimentação e Veterinária ter autorizado a comercialização e consumo de sete espécies de insetos no país.
Produzidos pela start up Portugal Bugs, estes produtos têm o selo ‘Continente Food Lab’, um projeto que promove os artigos mais inovadores e as novas tendências alimentares mundiais.
Continua com dúvidas? Envie-nos as suas questões, vamos tentar dar-lhe todas as respostas.
Se já experimentou, não deixe de nos contar o que achou.
Autor
À Roda da Alimentação