SOBRE
Alimentação e ambiente têm tudo a ver
com
De regresso à terra, neste caso a uma horta urbana, esta semana separámos o trigo do joio, no que toca aos produtos biológicos.
No meio de tantas opiniões profissionais, leigas e assim-assim, muitas vezes há confusão com o real significado das palavras. Esse é o caso dos produtos biológicos. Esta semana convidei a Catarina Sousa Guerreiro, nutricionista e professora na Faculdade de Medicina de Lisboa, para esclarecer algumas dúvidas sobre o tema.
Fiquei a saber que os produtos verdadeiramente biológicos estão sujeitos a um conjunto muito específico e rigoroso de regras, que se impõe durante todo o processo de produção – da plantação à distribuição, passando pela transformação e embalamento. Por exemplo, a produção tem de obedecer a determinadas regras que promovam a proteção do ambiente e a manutenção da biodiversidade. Estas regras estão baseadas nos seguintes princípios:
- Proibição do uso de transgénicos, ou organismos geneticamente modificados
- Proibição do uso de radiação ionizantes
- Limitação no uso de fertilizantes, herbicidas e pesticidas artificiais
- Proibição do uso de hormonas e restrição do uso de antibióticos, e só quando for necessário para manter a saúde do animal
Este processo de produção exigente é controlado por entidades certificadas, responsáveis pela atribuição da categoria de produto biológico (pode ficar a conhecer os símbolos no meu artigo ‘Agricultura biológica em três respostas’).
Este processo de produção exigente é controlado por entidades certificadas, responsáveis pela atribuição da categoria de produto biológico.
Quer saber como identificar estes alimentos no mercado? O rótulo ajuda, sobretudo a indicação do local de produção. Contudo, é o retângulo verde (logótipo Euro-Folha) que garante a autenticidade dos produtos biológicos. E já agora, fique a saber, que num produto composto por vários ingredientes, 95% deles têm de ter origem biológica para que seja considerado um alimento biológico.
Catarina Furtado